quinta-feira, 3 de março de 2022

RADIOAMADOR HUMANISTA OU ("O PEPINO DO RADIOAMADORISMO")

 



RADIOAMADOR HUMANISTA OU (“O PEPINO DO RADIOAMADORISMO”)

Autoria: Mário Keiteris – PY2MXK
 
Quando alguns radioamadores mais sensíveis perguntam sobre o estado em que se encontra o radioamadorismo, invariavelmente dirigem seus pensamentos sobre a renovação geral. A preocupação é o desinteresse dos jovens atuais pelo radioamadorismo, entre outras coisas é porque o radioamadorismo não oferece nada que se iguale ou supere a oferta atual das telecomunicações, aliado também ao desinteresse da educação escolar pelos nossos jovens, futuramente vai atingir o radioamadorismo e todas as outras profissões por falta de pessoas com capacidade profissional, fato que já começamos a notar atualmente. Pasmem, no Brasil temos milhares de vagas que não são preenchidas por falta de mão de obra capacitada, e em contrapartida estamos com milhões de trabalhadores desempregados, por falta de escolaridade, que beira o zero, este é o futuro que esta sendo reservado. O passo seguinte, é pensar de que maneira pode-se transformar o radioamadorismo para que seja atrativo para a nossa juventude. O namoro com o radioamadorismo deve ser espontâneo. Tal namoro não existirá previamente, se durante as primeiras etapas da vida de uma pessoa não houver existido um impacto emocional que lhe crie o gosto e o prazer tal que posteriormente o incite a buscar algo similar. E nestes momentos tal circunstância não é dada. A idéia subjacente é que sem os jovens o radioamadorismo tem seus dias contados. Dito de outra maneira, estão descarregando a responsabilidade da superveniência do radioamadorismo em algumas pessoas que estão engajadas pôr um futuro incerto em um mundo em contínua transformação onde impera o neoliberalismo selvagem. O materialismo tem substituído o romantismo e, sem romance o radioamadorismo carece de significado. O radioamadorismo tem-se sistematizado de tal maneira que já não existe a incerteza que incita a aventura e o risco. Equipamento potentes e infalíveis, antenas direcionais de altíssimo ganho, contatos programados em foros da internet e, finalmente a aberração dos sistemas telefônicos, tem desvirtuado absolutamente qualquer estímulo ou interesse pelas comunicações por rádio entre os amadores. O que importa ser cientista se não proporcionar dinheiro nem posição social ? Os jovens cientistas que tentam sobreviver tem que especializar-se cada vez mais para conseguir alguma oferta de trabalho. Estas especializações tem como consequência saber muito de muito pouco e nada de tudo. O radioamadorismo não tem espaço nesta concepção mercantilista do mundo. A ciência e a técnica não bastam por si só para converter-se em motores de um novo radioamadorismo. O radioamador cientista já está obsoleto. O que é necessário é um radioamador humanista e que seja uma referencia na dualidade ciência/sociedade. Em uma sociedade perversa como a nossa, cuja escala de valores está invertida tem sido profundamente perturbada por interesses emediaticos/econômicos, o radioamadorismo pode ser a base filosófica apresentada como alternativa as comunicações superficiais que oferecem as tecnologias telefônicas. O radioamadorismo não está no espaço exterior e sim no espaço interior. O radioamadorismo tenderá porvir se for capaz de sanar seus vícios, fazendo perguntas e dando respostas concretas desde uma perspectiva transversal.

Mário Keiteris – PY2MXK

Colaboração: Faustino Prado – PY2VOA

 

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